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segunda-feira, 18 de março de 2013

 Asma, o que é?
A asma é uma doença caracterizada pelo estreitamento dos brônquios devido ao aumento da reactividade brônquica face a diversos estímulos que produzem a inflamação; o estreitamento das vias aéreas é reversível. afectando muitos milhões de pessoas, verifica-se que a sua frequência vai aumentando, tornando-se cada vez  mais grave, com um aumento de hospitalização entre os afectados.



Causas

Os brônquios das pessoas que sofrem de asma estreitam-se como resposta a certos estímulos que não afectam as vias aéreas dos pulmões normais, podendo ser provocado pela reacção a substâncias que produzem alergia, como o pólen, os ácaros presentes no pó da casa, as escamas do pêlo dos animais, o fumo, o ar frio e o exercício. Durante um ataque de asma, os músculos lisos dos brônquios provocam um espasmo e os tecidos que revestem as vias aéreas inflamam-se, segregando muco. Este facto reduz o diâmetro dos brônquios (processo chamado de broncoconstrição), obrigando a pessoa a desenvolver um esforço maior para que o ar entre e saia dos seus pulmões.
Crê-se que certas células das vias aéreas, particularmente os mastócitos sejam a causa do estreitamento. Os mastócitos estão distribuídos pelos brônquios e libertam substâncias como a histamina e os leucotrienos que provocam a contracção da musculatura lisa, estimulam um aumento de secreção do muco e a migração de certos glóbulos brancos. Os mastócitos podem libertar essas substâncias como resposta a algum estímulo que reconheçam como estranho (um alergénio), como o pólen, os ácaros presentes no pó da casa ou nas escamas do pêlo dos animais. No entanto, a asma é também frequente e grave em muitas pessoas sem alergias definidas. Acontece uma reacção semelhante quando uma pessoa com asma faz exercício ou respira ar frio. Igualmente, o stress e a ansiedade podem fazer com que os mastócitos libertem histamina e leucotrienos. Os eosinófilos, outro tipo de células que se encontram nas vias aéreas das pessoas que sofrem de asma, libertam substâncias adicionais, que incluem os leucotrienos e outras substâncias, contribuindo assim para o estreitamento da via respiratória.

Sintomas e complicações

Os ataques de asma variam em frequência e em intensidade. Algumas pessoas que sofrem de asma não têm sintomas a maior parte do tempo, com episódios ligeiros de falta de ar, breves e ocasionais. Por outro lado, outras tossem e têm sibilos quase continuamente e sofrem também de ataques graves depois de infecções virais, esforços ou exposição a agentes alergénicos ou irritantes. O choro ou um riso forte também podem provocar sintomas.
Um ataque de asma pode começar de repente com respiração sibilante, tosse e dispneia. Os sibilos são particularmente perceptíveis quando a pessoa expira. Outras vezes, um acesso de asma pode começar lentamente, com sintomas que se agravam de forma gradual. Em ambos os casos, os indivíduos com asma habitualmente sentem primeiro falta de ar, tosse ou uma opressão no peito. O ataque pode desaparecer em poucos minutos ou pode durar horas ou inclusive dias. O prurido no peito ou no pescoço pode ser um sintoma inicial, especialmente nas crianças. A tosse seca à noite ou durante o exercício pode ser o único sintoma.
A dispneia pode tornar-se grave durante um ataque de asma, criando ansiedade. Instintivamente, a pessoa senta-se e inclina-se para a frente, usando o pescoço e os músculos do tórax para ajudar na respiração, mas apesar disso continua a necessitar de ar. O suor é uma reacção frequente ao esforço e à ansiedade.
Durante um ataque agudo, a pessoa só pode balbuciar algumas palavras entre os esforços para respirar. No entanto, a respiração sibilante pode diminuir, dado que é escasso o ar que entra e sai dos pulmões. A confusão, a sonolência e a pele de cor azulada (cianose) são sinais de diminuição grave de oxigénio no sangue que requerem um tratamento de urgência. Geralmente, a pessoa restabelece-se completamente, inclusive de um ataque de asma grave.
Embora seja raro, alguns alvéolos podem romper-se e o ar acumular-se na cavidade pleural (espaço compreendido entre os folhetos da membrana que envolve o pulmão) ou à volta dos órgãos no tórax. Estas complicações pioram a dispneia.

Diagnóstico

O diagnostico pode ser feito através de:
- Espirometrias: confirmar-se através dar epetição das provaspetidas, que indicam que o estreitamento da via respiratória diminuiu e é portanto reversível
- Provas de provocação brônquica: se a espirometria der resultado negativo ou inconclusivo, este exame através da inalação  broncoconstritores em aerossol que em pessoas normais não tem efeito. Se as vias aéreas se estreitarem após a inalação, confirma-se o diagnóstico de asma.
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- Testes de alergia cutânea permite identificar os alergénios que desencadeiam os sintomas da asma. É de salientar que a resposta alérgica a um teste cutâneo não significa necessariamente que esse alergénio que se está a analisar seja o causador da asma. O próprio indivíduo deve aperceber-se se os ataques se verificam depois da exposição a esse alergénio.

Tratamento crónico da asma

Um ataque de asma deve tratar-se o mais rapidamente possível para dilatar as vias aéreas pulmonares. Geralmente utilizam-se os mesmos fármacos administrados para prevenir um ataque, mas em doses mais elevadas ou em formulações diferentes.
Dado que os indivíduos com asma grave têm, frequentemente, uma concentração de oxigénio no sangue inferior à normal, podem receber oxigénio durante os ataques enquanto se lhes administra outro tratamento. Em caso de desidratação, o afectado pode receber líquidos por via endovenosa. Os antibióticos podem também ser necessários quando exista suspeita de infecção.. Os doentes com ataques de asma muito fortes podem necessitar de respiração assistida.
Um dos tratamentos mais correntes e eficazes para a asma é um inalador que se enche com um estimulante dos receptores beta-adrenérgicos. São geralmente inaladores com dosímetro, pequenos contentores manuais que contêm gás à pressão. A pressão faz com que o fármaco se pulverize com um conteúdo específico do medicamento. As pessoas que têm dificuldade com o uso do inalador, podem usar aparelhos difusores ou de retenção. Com qualquer tipo de inalador é fundamental uma técnica apropriada, dado que, se o dispositivo não for usado adequadamente, o fármaco não chega às vias respiratórias. O uso excessivo de inaladores pode indicar que a pessoa tem uma asma potencialmente mortal ou que está a sofrer os efeitos secundários do uso excessivo, como uma frequência cardíaca irregular.
Se um inalador simples não contém medicação suficiente para aliviar os sintomas durante 4 a 6 semanas, podem acrescentar-se ao regime diário o cromoglicato ou corticosteróides por inalação. Pode também associar-se teofilina quando os sintomas são persistentes, especialmente durante a noite.
Como evitar as causas mais frequentes dos ataques de asma
Os alergénios domésticos mais frequentes são os ácaros do pó de casa, as penas, as baratas e as escamas dos pêlos dos animais. Qualquer acção para reduzir a exposição a estes alérgenos pode diminuir o número ou a gravidade dos ataques. É possível reduzir a exposição aos ácaros tirando as alcatifas e mantendo baixa, durante o Verão, a humidade relativa (de preferência, abaixo de 50%) através do uso do ar condicionado. Também as almofadas e os forros dos colchões podem ajudar a reduzir a exposição a estes ácaros. Devem evitar-se os cães e os gatos, com o objectivo de diminuir as alergias provocadas pelas escamas dos seus pêlos.
Devem também evitar-se os fumos irritantes, como o dos cigarros. Em alguns indivíduos que sofrem de asma, a aspirina e outros fármacos anti-inflamatórios não esteróides provocam ataques. A tartrazina, um corante amarelo utilizado em pastilhas medicamentosas e em alimentos, pode também provocar um ataque. Os sulfatos, que se juntam aos alimentos como conservantes, podem desencadear ataques em pessoas propensas, depois de terem comido saladas num restaurante ou ter bebido cerveja ou vinho tinto.

Fonte: Manual da Merck


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